18 agosto, 2010

Se amamentar é considerado "sacrifício", o que mais não vai ser?

Fazer papinha? Dá muito trabalho, vou comprar papinha pronta da Nestlé.
Janta saudável? Dá muito trabalho, vamos pedir pizza.
Cuidar o dia todo? Muito trabalho, vou contratar babá.
Reunião da escolinha? Muito trabalho, não vou poder.
Brincar com tinta guache? Muita sujeira, vai ver tv.

Hehehe, tô aqui exagerando, claro. :-) Tô pensando nas "mãezinhas" pacote completo.
Tenho uma cunhada que é assim. Sempre penso nela pra escrever esses emails, rsrsrs. A única coisa que importa pra ela é que a filha esteja sempre cheirosa, com o perfuminho da Natura. De resto... cesária, remédio pra secar o leite, mamadeira, chocolate com 6 meses, escolinha mesmo ela não trabalhando, pouco colo, nunca a vi dar um beijo na filha!

Enfim, ela é praticamente o contrário da mãe que não sou/não quero ser.

Beijo,
Camilla


Faço minhas as palavras da Camilla... conheço tantas mães assim...

18 abril, 2008

A volta da família careta - Lya Luft

"Perdoem-me os pais que se queixam de que os filhos são um fardo, de que faltam tempo, dinheiro, paciência. Receio que o fardo, o obstáculo e o estorvo a um crescimento saudável dos filhos sejam eles"

Foi tão grande e variado o número de e-mails, telefonemas e abordagens pessoais que recebi depois de escrever que família deveria ser careta, que resolvi voltar ao assunto, para alegria dos que gostaram e náusea dos que não concordaram ou não entenderam (ai da unanimidade, mãe dos medíocres). Atenção: na minha coluna não usei "careta" como quadrado, estreito, alienado, fiscalizador e moralista, mas humano, aberto, atento, cuidadoso. Obviamente empreguei esse termo de propósito, para enfatizar o que desejava.

Houve quem dissesse que minha posição naquele artigo é politicamente conservadora demais. Pensei em responder que minha opinião sobre família nada tem a ver com postura política, eu que me considero um animal apolítico no sentido de partido ou de conceitos superados, como "a esquerda é inteligente e boa, a direita é grossa e arrogante". Mas, na verdade, tudo o que fazemos, até a forma como nos vestimos e moramos, é altamente político, no sentido amplo de interesse no justo e no bom, e coerência com isso.

E assim, sem me pensar de direita ou de esquerda, por ser interessada na minha comunidade, no meu país, no outro em geral, em tudo o que faço e escrevo (também na ficção), mostro que sou pelos desvalidos. Não apenas no sentido econômico, mas emocional e psíquico: os sem auto-estima, sem amor, sem sentido de vida, sem esperança e sem projetos.

O que tem isso a ver com minha idéia de família? Tem a ver, porque é nela que tudo começa, embora não seja restrito a ela. Pois muito se confunde família frouxa (o que significa sem atenção), descuidada (o que significa sem amor), desorganizada (o que significa aflição estéril) com o politicamente correto. Diga-se de passagem que acho o politicamente correto burro e fascista.

Voltando à família: acredito profundamente que ter filho é ser responsável, que educar filho é observar, apoiar, dar colo de mãe e ombro de pai, quando preciso. E é também deixar aquele ser humano crescer e desabrochar. Não solto, não desorientado e desamparado, mas amado com verdade e sensatez. Respeitado e cuidado, num equilíbrio amoroso dessas duas coisas. Vão me perguntar o que é esse equilíbrio, e terei de responder que cada um sabe o que é, ou sabe qual é seu equilíbrio possível. Quem não souber que não tenha filhos.

Também me perguntaram se nunca se justifica revirar gavetas e mexer em bolsos de adolescentes. Eventualmente, quando há suspeita séria de perigos como drogas, a relação familiar pode virar um campo de graves conflitos, e muita coisa antes impensável passa a se justificar. Deixar inteiramente à vontade um filho com problema de drogas é trágica omissão.

Assim como não considero bons pais ou mães os cobradores ou policialescos, também não acho que os do tipo "amiguinho" sejam muito bons pais. Repito: pais que não sabem onde estão seus filhos de 12 ou 14 anos, que nunca se interessaram pelo que acontece nas festinhas (mesmo infantis), que não conhecem nomes de amigos ou da família com quem seus filhos passam fins de semana (não me refiro a nomes importantes, mas a seres humanos confiáveis), que nada sabem de sua vida escolar, estão sendo tragicamente irresponsáveis. Pais que não arranjam tempo para estar com os filhos, para saber deles, para conversar com eles... não tenham filhos. Pois, na hora da angústia, não são os amiguinhos que vão orientá-los e ampará-los, mas o pai e a mãe – se tiverem cacife. O que inclui risco, perplexidade, medo, consciência de não sermos infalíveis nem onipotentes. Perdoem-me os pais que se queixam (são tantos!) de que os filhos são um fardo, de que falta tempo, falta dinheiro, falta paciência e falta entendimento do que se passa – receio que o fardo, o obstáculo e o estorvo a um crescimento saudável dos filhos sejam eles.

Mães que se orgulham de vestir a roupeta da filha adolescente, de freqüentar os mesmos lugares e até de conquistar os colegas delas são patéticas. Pais que se consideram parceiros apenas porque bancam os garotões, idem. Nada melhor do que uma casa onde se escutam risadas e se curte estar junto, onde reina a liberdade possível. Nada pior do que a falta de uma autoridade amorosa e firme.

O tema é controverso, mas o bom senso, meio fora de moda, é mais importante do que livros e revistas com receitas de como criar filho (como agarrar seu homem, como enlouquecer sua amante...). É no velhíssimo instinto, na observação atenta e na escuta interessada que resta a esperança. Se não podemos evitar desgraças – porque não somos deuses –, é possível preparar melhor esses que amamos para enfrentar seus naturais conflitos, fazendo melhores escolhas vida afora.

22 novembro, 2007

Relato de amamentação prolongada e desmame natural
Como foi o desmame natural do Lucas K. Mortensen JLucas mamou por 3 anos e 9 meses. UAU, algumas pessoas diriam né? Ao contrário dessa impressão de que pareceu tanto tempo, para nós nem parece tanto tempo, foi tudo tão natural, prazeiroso e importante em nossa família enquanto durou.Nosso início foi difícil, angustiante, mas recebemos muito apoio e orientações ótimas que possibilitou que eu pudesse amamentar. Resumidamente, como passei por uma mamoplastia anos atrás, não sabia se poderia amamentar ou não e desde a gravidez essa angústia me acompanhava. Ao nascimento de Lucas, consultoras de amamentação da “La Leche League” (www.llli.org) me orientaram a usar a técnica de relactação com uso de sonda para oferecer um pouco de leite artificial para Lucas, sem perder o estímulo poderoso do bebê sugando no peito e sem usar mamadeira. Ao mesmo tempo também comecei a extrair LM com auxílio de bomba elétrica 2-3 vezes ao dia, todos os dias.Depois de alguns dias usando esse sistema de relactação fui capaz de continuar amamentando normalmente, quase 7 meses exclusivamente de LM (tirando esses dias iniciais), e gradualmente papinhas foram oferecidas. Mas continuou mamando em livre demanda.Com 10 meses começou a ir para escolinha, 2 dias por semana, e eu mandava LM extraído e ele tomava lá no copinho. Sempre tiveram muito cuidado, boa vontade e disposição das professoras com esse LM. E continuavamos em livre demanda em casa. Ainda me lembro que nessa época fiquei bem doente, uma infecção estomacal que me fez perder peso de repente. E meu leite praticamente secou de um dia outro! Mas Lucas continuou interessado e mamava mesmo no peito “seco”. Isso mostra que obviamente amamentação é muito mais que nutrição, é afeto, carinho. Fiquei muito triste achando que esse seria o final de nossa amamentação, mas quando me recuperei o leite voltou a jorrar!!!
Com 14 meses voltei a trabalhar período integral e então ele começou a frequentar a escolinha todos os dias. Eu ainda ia todos os dias na hora de almoço amamentá-lo lá (as portas sempre foram abertas para pais e mães em qualquer horário do dia e amamentar os bebês também sempre foi prática muito bem-vinda lá!). No início desse período de escolinha tempo integral ele me recebia bem e mamava com vontade, mas depois de algum tempo as brincadeiras, amiguinhos e novidades na escola foram parecendo mais interessantes à ele do que mamar... e assim foi perdendo o interesse e recusando essa mamada. Ainda insisti alguns dias visitando a escola nesse horário para ter certeza que ele não queria mesmo mais mamar nessa hora do almoço, e um belo dia tive certeza que ele definitivamente não estava mais interessado. E assim voltei ao trabalho, com sentimentos confusos, de alegria (porque meu menino estava crescendo e mostrando outros interesses!) ao mesmo um pouco de tristeza pelo desinteresse. Mas essa tristeza não durou muito não, porque ainda tínhamos várias chances de amamentar, pela manhã, antes de dormir, e nos finais de semana. Mesmo amamentando em livre demanda nos finais de semana, sentia os peitos um pouco mais cheios nas segundas feiras, mas nada que causasse incômodo grande.
E assim fomos seguindo nossa vidinha e outros interesses foram tomando conta da nossa relação, outras formas de demonstração de carinho e amor, e gradualmente, sem forçar nada, ele foi deixando de mamar: as mamadas ao acordar foram as primeiras a desaparecerem, já que ele estava muito “ocupado” e queria brincar! Ainda ficaram algumas mamadas em horas de angústia, dor, e principalmente quando estava doentinho, o que com certeza foi ótimo, sempre digo que uma das maiores vantagens da amamentação prolongada é garantir a nutrição e hidratação da criança durante doenças. Por último sumiram as mamadas antes de dormir, creio eu que eram parte do ritual de sono e por isso demoraram mais para que esse interesse fosse perdido. Papai foi sempre participativo na vida dele e sempre nos apoiava muito nessa decisão do desmame gradual e natural! Ele e Lucas são muito apegados!Bem, chegamos à uma fase onde ele estava pedindo para mamar uma vez a cada 2-3 dias somente. Sabia que o desmame total estava perto!Um belo dia fiz um teste de gravidez, e: que alegria, positivo!! Na hora falei para Lucas que tinha um irmãozinho/a na barriga, ele não deu muito bola não (agora dá mais ahah) e seguimos a vida. Ainda pediu para mamar algumas vezes depois desse dia, até que certo dia eu, me sentindo um pouco triste, ofereci à ele. Ele veio para perto de mim, deu beijo no meu peito por cima da roupa e disse: não quero mais não, mamãe, obrigado!! E então seguimos nossa vida, felizes, sinto-me muito realizada por ele ter guiado todo esse processo, e fico feliz porque em breve estarei amamentado outro baby. E claro se Lucas quiser compartilhar, será bem vindo também!! Beijos a todosAndréia, Ole, Lucas e baby

21 março, 2007

VOCE AINDA ESTA AMAMENTANDO?
Respostas para os palpiteiros:

  • Não, não estou. Minha mãe mora muito longe, mas meu filho ainda amamenta!
  • Lógico! Só dou do bom e do melhor pro seu neto/sobrinho
  • Sim! Não é maravilhoso?
  • Sim, e ainda bem!! É o único líquido que ele toma quando esta doentinho.
  • Sim!! O pediatra dele está super feliz, porque muitas mães desmamam precocemente por causa de pressão de família/amigos/sociedade.
  • Todo mundo me pergunta isso!! Deve ser porque ele e TÃO saudável!!
  • Sim, ele merece tudo do bom e do melhor.
  • Que bom que todos me perguntam isso toda hora! Demonstra que as pessoas só querem o melhor pra ele!
  • (para alguém que não te deixa em paz) Você quer realmente saber? Você não pareceu satisfeito com minha resposta da ultima vez…

Respostas para "Quando você pretende desmamar?"

  • Não pretendo desmamar ele. ELE vai ME desmamar!
  • Antes dele se formar do colegial…
  • Ele (o bebezinho) ainda não me disse quando…
  • Eu ainda não perguntei a ele (bebezinho). Ele não faz planos a longo prazo ainda. Vamos vivendo dia-a-dia.
  • Não sei, acho que quando meu leite secar (isso confunde a pessoa que não entende nada de amamentação).
  • Espero que não por um bom tempo, pois ambos amamos a amamentação!
  • Eu não sei, ele ainda gosta bastante, e eu ADORO as 500 calorias a mais que queimo por dia!
  • E muito difícil fazer planos assim com um bebe. Levamos as coisas um dia de cada vez.
  • Não estamos com pressa nenhuma!

E quando perguntam: Quando você vai começar a dar leite de vaca?

  • Não sei, talvez quando ele começar a pensar que é um bezerro.
Por quê amamentar?

Vantagens para o bebê
De uma forma geral, as crianças que mamam no peito são mais inteligentes. Um estudo feito na Nova Zelândia, durante 18 anos, com mais de 1.000 crianças provou que aquelas que foram amamentadas eram mais inteligentes e tinham maior sucesso na escola e universidade. (Horwood and Fergusson, "Breastfeeding and Later Cognitive and Academic Outcomes", Jan 1998 Pediatrics Vol. 101, No. 1).
Todos os bebês precisam de afago. Inúmeras pesquisas mostram que bebês que não tiveram contato físico tem maior risco de adoecer e até de morrer. Na amamentação, o contato físico é maior e proporciona a mãe e bebê um momento de proximidade diária. Essa ligação emocional muito forte e precoce pode facilitar o desenvolvimento da criança e seu relacionamento com outras pessoas. o Mesmo com boas intenções, pais que dão mamadeira têm a tendência de deixar a criança se alimentando sozinhas (especialmente os bebês maiores), além da falta de contato físico, a criança pode se engasgar ou ter outros problemas.
O desenvolvimento psicomotor e social dos bebês amamentados é claramente melhor e resulta, na idade de um ano, em vantagens significantes. (Baumgartner, C.,"Psychomotor and Social Development of BreastFed and Bottle Fed babies During their First year of Life". Acta Paediatrica Hungarica, 1984)
Leite materno contém endorfina, substância química que ajuda a suprimir a dor. É uma boa idéia amamentar o bebê logo após ele ser vacinado. Ajuda a superar a dor e o leite materno também reforça a eficiência da vacina.
O leite materno, contém todos os nutrientes de que a criança precisa nos primeiros seis meses de vida:
Tem água em quantidade suficiente, mesmo em clima quente e seco o bebê que apenas mama no seio não precisa nem mesmo de água!
Contém proteína e gordura mais adequadas para a criança e na quantidade certa;
Também tem mais lactose (açúcar do leite) do que os outros leites;
Vitaminas em quantidades suficientes. Não há necessidade de suplementos vitamínicos;Tem ferro em quantidade suficiente. Não há grande quantidade de ferro, mas ele é bem absorvido no intestino da criança;
Quantidades adequadas de sais, cálcio e fósforo;
Uma enzima especial (lipase) que digere gorduras, por isso o leite não é "pesado" como outros. O leite materno é facilmente digerido e absorvido. A criança em aleitamento materno exclusivo pode querer uma nova mamada em intervalo menor do que aquela que está tomando mamadeira.
Crianças que tomam mamadeira têm maior risco de obesidade na vida adulta.
Crianças em aleitamento materno exclusivo, têm menos quadros infecciosos porque o leite materno é estéril, isento de bactérias e contém fatores anti-infecciosos que incluem:
Células brancas vivas (leucócitos) que matam as bactérias;
Anticorpos (imunoglobinas contra muitas das infecções mais comuns. Isto ajuda a proteger a criança até que ela comece a produzir seus próprios anticorpos. Se a mãe tiver uma infecção, anticorpos logo aparecerão em seu leite;
Uma substância chamada fator bífido que facilita o crescimento de uma bactéria especial (Lactobacíllus bifidus), no intestino da criança. Essa bactéria impede que outras cresçam e causem diarréia;
Lactoferrina que se associa ao ferro, impede o crescimento de bactérias patogênicas que precisam deste nutriente.
O leite de vaca, também contém fatores imunológicos de ótima qualidade, mas para o bezerro. Esses fatores só funcionam para a própria espécie, ou seja, não vale de um animal para outro de espécie diferente. Contudo, alguns desses fatores até poderiam funcionar, mas eles são destruídos pela armazenagem e pela fervura do leite.
Nos bebês, o ato de sugar o seio é importante para o desenvolvimento das mandíbulas. Bebês que mamam têm de usar 60 vezes mais energia para conseguir o alimento que aqueles que tomama mamadeira. Como as mandíbulas são músculos esses são excelentes exercícios que proporcionam o crescimento saudável de mandíbulas bem formadas. Entre as crianças, quanto maior o período de amamentação, menor o risco de má-oclusão.
Por outro lado, a mamadeira com açúcar, especialmente as oferecidas à noite, é causadora de cáries precoces.
Dificuldades de fala e com a língua são freqüentes em bebês alimentados com mamadeira porque eles tentam fazer com que o leite flua de um bico artificial. Pode levar a problemas de fala, assim como a respirar pela boca, morder os lábios, entre outros.
Crianças alimentadas com mamadeira têm maior risco de desenvolver alergias. Essa questão é particularmente importante no caso de famílias com histórico de asma e outras doenças alérgicas.
Otitie média é 3-4 vezes mais comum entre as crianças alimentadas com mamadeira que as alimentadas ao seio.
Crianças alimentadas artificialmente têm maior risco de desenvolver certos linfomas. (Davis MK, Savitz DA, Graubard BI. "Infant feeding and childhood cancer." Lancet. 1988;2:365-368 e Shu X-O, Clemens H, Zheng W, et al. "Infant breastfeeding and the risk of childhood lymphoma and leukaemia". Int J Epidemiol.1995;24:27-32)
Bebês prematuros são especialmente beneficiados com a amamentação. "O leite produzido pelas mulheres que tiveram bebês prematuros são diferentes do leite das mulehres que tiveram toda a gestação. Especificamente, durante o primeiro mês pós-parto, o leite de mães de bebês prematuros mantém a composição similar ao colostro - que é um leite muito mais forte ("Hamosh, Margit, PhD, Georgetown University Medical Center "Breast-feeding: Unraveling the Mysteries of Mother's Milk".)
Os bebês amamentados têm menor risco de contrair enterecolite necrotizante. (Lucas A, Cole TJ. "Breast milk and neonatal necrotizing enterocolitis." Lancet. 1990; 336:519-1523)
Os resultados de uma pesquisa na Finlândia sugerem que a introdução de leites de vaca muito cedo aumenta o risco da criança desenvolver diabete do tipo I (juvenil, insulina-dependente) (Virtanen et al: "Diet, Cow's milk protein antibodies and the risk of IDDM in Finnish children." Childhood Diabetes in Finland Study Group. Diabetologia, Apr 1994, 37(4):381-7)
Dados preliminares da Universidade de North Carolina/Duke University indicam que crianças amamentadas tiveram menos risco de contrair artrite juvenil ("Mother's Milk: An Ounce of Prevention?" Arthritis Today May-June 1994)
A falta de amamentação está sendo associada com o aumento na incidência de esclerose múltipla. (Dick, G. "The Etiology of Multiple Sclerosis." Proc Roy Soc Med - 1989;69;611-5)
Amamentação protege o bebê contra problemas de visão. Um estudo em Bangladdesh mostrou que a amamentação foi um fator importante de proteção para cegueira noturna entre crianças na idade pré-escolar nas áreas rurais e urbanas. O leite materno é, em geral, a maior, se não única, fonte de vitamina A nos primeiros 24 meses de vida (ou durante o período de amamentação). (Birch E, et al. "Breastfeeding and optimal visual development." J Pediatr Ophthalmol Strabismus 1993;30:33-8 e Bloem, M. et al. "The role of universal distribution of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh.: Am J Epidemiol 1995; 142(8): 843-55)
Leite materno não contém materiais modificados genéticamente. A maioria dos consumidores não sabe o que está comendo e cada vez mais utiliza-se transgênicos, que não estão sendo devidamente controlados no Brasil. Em pesquisa feita nos EUA com leites de soja : Alsoy, Similac, Neocare, Isomil and Enfamil Prosobee, todos continham modificação genética. ("Biotechnology's Bounty", M.Burros, N.Y. Times 05/21/97)
Vantagens para a mãe
A mãe que amamenta se sente mais segura e menos ansiosa. Não existe nada melhor que olhar um bebê de cinco meses de idade e saber que toda a nutrição que ele precisa vem de você!
Proporciona mais rapidez na diminuição do volume do útero e evita a hemorragia no pós-parto, uma das principais causas de mortalidade materna, no Brasil. o A amamentação estimula a produção de oxitocina, que estimula as contrações que vão diminuir o tamanho do útero e expulsar a placenta. Essas contrações também agem nos vasos sanguíneos da mulher diminuindo o sangramento.
A mulher que amamenta tem menos risco de contrair câncer de mama;o Segundo pesquisas, se todas as mulheres que não amamentaram ou amamentaram menos de 3 meses tivessem amaentado por 4 a 12 meses, o cancer de mama entre mulheres na pré-menopausa poderia ser reduzido em 11 por cento, julgando as taxas atuais. Se todas as mulheres amamentassem por 24 meses ou mais, essa incidência seria reduzida em quase 25 por cento!o Mulheres que foram amamentadas, quando crianças, mesmo que apenas por um tempo curto, tiveram um risco 25% mais baixo de desenvolver o cancer de mama do que as mulheres que tomaram mamadeira. (Freudenheim, J. et al. 1994 "Exposure to breast milk in infancy and the risk of breast cancer". Epidemiology 5:324-331)
A amamentação exclusiva protege contra anemia (deficiência de ferro). Já que as mulheres amamentando exclusivamente demoram mais tempo para menstruar, seu "estoque" de ferro não é diminuido com sangramento mensal;
A amamentação diminui o risco de osteosporose na vida madura. A incidência de mulheres com osteosporose não amamentaram foi 4 vezes maior (Blaauw, R. et al. "Risk factors for development of osteoporosis in a South African population." SAMJ 1994; 84:328-32;
Amamentação diminui a necessidade de insulina entre as mulheres que estão dando o seio ao bebê. A redução na dose de insulina no pós-parto foi significante maior entre as mulheres que amamentavam do que as que davam mamadeira. (Davies, H.A., "Insulin Requirements of Diabetic Women who Breast Feed." British Medical Journal, 1989;
A amamentação estabiliza o progresso de endometriose materna. Não amamentar aumenta o risco de desenvolver câncer de ovário e câncer endometrial. (Rosenblatt KA, Thomas DB, "WHO Collaborative Study of Neoplasia and Steroid Contraceptives". Int J Epidemiol. 1993;22:192-197 e Schneider, A.P. "Risk Factor for Ovarian Cancer". New England Journal of Medicine, 1987).
Pode ajudar a espaçar o intervalo das gestações, mas atenção, isso só acontece dentro de condições especiais. Em breve estará disponível uma página sobre isso em nosso site.
Amamentar ajuda a mulher voltar ao peso normal mais rapidamente;
Amamentar é muito prático! Após o período inicial, de adaptação, fica muito mais tranquilo. Observe mulheres que amamentam bebês maiores. Tudo que você precisa é levantar a blusa e dar o peito para o bebê. Não precisa sair pra comprar leites e mamadeira, não precisa ferver o equipamento, esquentar leite, mexer, etc. Se você dormir com o bebê na mesma cama, não precisa levantar pra preparar a comida, basta tirar o peito e colocar perto do nenem. Ele faz o resto.
O leite materno está sempre na temperatura ideal, não precisa se preocupar se está frio ou vai queimar a boquinha do nenem! Além do mais nunca azeda ou estraga na mama.
Vantagens para a família
A amamentação é mais econômica para a família. No Brasil, um bebê pode custar metade de um salário mínimo por mês (incluindo mamadeiras, bicos, leites infantis, complemento, gás, remédios etc.);
Como os bebês amamentados adoecem menos, os pais desses bebês têm menos problemas cuidando de crianças doentes, isso significa mais tempo para toda a família;
Melhora a qualidade de vida das crianças e de toda a família.
Vantagens para o planeta
Amamentar é um Ato Ecológico! Se cada mulher dos EUA desse mamadeira ao seu bebê, seria preciso quase 86,000 toneladas de alumínio para produzir 550 million de latas por ano. Se cada mulher da Inglaterra amamentasse, seriam economizados 3000 toneladas de papel para os rótulos dos leites infantis.
Mas o leite não é o único problema. mamadeiras e bicos são feitos de plástico, vidro, borracha e silicone.A produção desses materiais é cara e constantemente não são reaproveitados. Todos esses produtos usam recursos natuirais, causam poluição na sua produçao e distribuição e também criam um lixo no seu empacotamento, promoção e exposição.

14 março, 2007

A CRESCENTE CONSCIÊNCIA DO BEBÊ.


Na medida que se expande o mundo social de seu bebê e começa a adquirir um determinado nível de consciência e entendimento para com outras pessoas, começará a desenvolver novas ansiedades. Esta é uma fase normal e saudável do desenvolvimento, mas pode ser angustiante para os pais. Dos seis meses em diante começa o medo aos desconhecidos. E esse bebê confiante e sociável até hoje pode, da noite para o dia, transforma-se em um menino medroso e apegado a sua mãe. Esta é somente uma fase provisória que todas as crianças devem cruzar na medida que vão aprendendo sobre seu mundo. Este período de tempo requer definitivamente paciência extra. De ao seu bebê muito estímulo e tempo para se adaptar as novas situações e as pessoas. Tenha em mente que inclusive aqueles que viu em diversas ocasiões, tais como parentes ou amigos, poderiam ser cumprimentados com pirraça e inclusive lagrimas. No momento em que sente a necessidade para valorizar seu lugar em seu mundo, em cada encontro. Uma idéia boa seria advertir-lhe aos visitantes sobre a sensibilidade atual de seu bebê para os desconhecidos. Em vez de levantar e o cobrir com beijos no momento que entrar pela porta, teriam que dar a oportunidade de que o bebê se lhes aproxime, a sua maneira, e uma vez que se sentir suficientemente confiado e confortável para fazê-lo.

PROBLEMAS DE SEPARAÇÃO.
Junto com a fatiga pelos desconhecidos, em algum momento dentro dos seis meses provavelmente seu bebê experimente um estágio na qual se torna particularmente difícil estar separado de você. Pendurará-se em você em cada oportunidade e caíra em pranto se somente sair do quarto. Esta não é uma indicação de uma nova e permanente tendência de sua personalidade. É certamente porque está assumindo um rol ainda maior no mundo, que ele teme muito à separação. Você é sua base segura, a única coisa na qual confia absolutamente - você lhe deu a confiança para se aventurar e explorar. Quando você não esta a sua vista, ele não pode ter a certeza que você retornará, e sente-se como perdido. Assim que a sua melhor proteção é certificar-se de não o deixar só! Tente ver as coisas do seu ponto de vista. Isto lhe ajudará a manejar o que pode ser uma época difícil e frustrante para os pais. Se necessitar deixar seu bebê uma vez a ansiedade pela separação aparecer,converse com ele de forma tranqüilizadora sobre sua eminente ausência. Não necessariamente compreenderá tudo o que você dizer mas responderá com um tom de calma e de confiança. E, sempre que for possível, trate de deixá-lo com pessoas que conheça bem até que tenha certeza que ele já superou seu medo para os desconhecido.

MÃE É LOUCA?!!
Olha...Se não fosse um caso a parte, eu diria que mãe é um caso de insanidade. Já viu ser mais contraditório que esse??? Analise...

1º) DORMIR: Você teve um dia exaustivo, o filho não dorme, você está tentando pô-lo pra dormir a horas... Finalmente ele dorme!! Você pensa: finalmente eu vou poder relaxar e fazer minhas coisas!! Passado um tempo, você começa a achar que ele tá dormindo demais. Vai lá, “escuta a respiração” dá uma mexidinha básica nele (atire a primeira pedra quem nunca fez isso!!!) e se ele dormir demais você se preocupa, pensa se não é melhor acordá-lo... Nessas alturas você não relaxou nada!

2º) COMER: Você não agüenta mais tentar fazer com que ele coma, já tentou de tudo, cantar, fazer aviãozinho, mostrar livro, até pra TV você já apelou. E ele... neca de pitibiriba. Até que você diz “NÃO QUER COMER ENTAO NÃO COME!”. E ele não come mesmo!! Aí você se descabela, pensa se ele vai ficar anêmico, se não vai perder peso, passar fome...

3º) TESTE DE PACIÊNCIA: Você tá cansadérrima, seu filho não para de fazer manha, você tenta de tudo pra ele parar, com toda paciência do mundo, com a maior docilidade, mas ele não quer parar, mas também não quer brincar, só fazer manha! Quando, finalmente, você histérica, se descontrola com ele (talvez até grite) passados 10 segundos, simplesmente, você pensa em morreeeeeeeeeeer! E se acha uma monstra, a pior mãe do mundo!!! Como foi perder a paciência daquele jeito?? Só pq ele está a 24hs te enlouquecendo? Monstra! Monstra! É isso que você é!

4º) EDUCAÇÃO: Você, como mãe, entende perfeitamente, que crianças são crianças... A não ser aquelas que partem pra cima do seu filho!!! Se der um tapa nele... Hum... Já esqueceu que é outra criança! É um mal educado...Cadê a mãe dessa criança pra você dar uma fulminada???

5º) POTENCIAL ASSASSINO. Você tem vontade de matar a professora que foi grossa com seu filho, o cachorro na rua que quase mordeu ele, o vizinho cuja obra acorda o seu filho todo dia... enfim... uma assassina em potencial...

6º) SAÍDAS: Já ia me esquecendo desse item tão importante!!!! Você está praticamente “internada” em casa, faz tempo que você não sai para se divertir. O marido já começou a sentir falta desse tempo a dois... E você também. Sua mãe ou algum parente muito próximo fica com seu filho para, finalmente, você dar aquela relaxada merecida!! Você sai pra jantar....Mas pede pra QUALQUER COISA te ligarem. Chegando no restaurante a primeira coisa que você faz é pegar o celular e ligar pra casa pra saber “se está tudo bem!!” Mas você saiu não tem nem 20 minutos!!! E essas ligações vão perdurar durante o jantar...Pelo menos umas três vezes você vai ligar... Mas... Se você já estiver se sentindo ridícula frente ao marido ou a pessoa que está com seu filho, você terá a “esperteza” de falar: “Estou ligando pq esqueci de falar tal e tal coisa...”. Mentira! Ta ligando pq você tá obsessiva, isso sim!!!! Bom...A não ser que você já tenha saído pelo menos 20 vezes você começa a aprender a relaxar....Antes disso...Esqueça!

7º) COMPUTADOR: Não esqueçamos esse objeto da insanidade... Sim... Pq vamos lá... Analisemos... Você não tem tempo mais para absolutamente nadaaaaaaaa! Você respira “filho" praticamente 24 hs, o único tempinho, único mesmo, que você tem pra fazer aquela unha, aquele cabelo...Enfim...Você não se agüenta...E faz o que??? Vem pro computador!!!!!!!!!! Falar de filhooooooooooo!!!! E se faltar luz??? E se a conexão tiver problema??? Você entra em desesperooooooooooooo!!!! Você precisa do computadoooooooor desesperadamente!!!! Você tem que “viajar" para o único planeta onde encontra os ETS iguais a você...! Só lá todos falam a sua língua, entendem seus pensamentos, você se “transporta" para o lugar do outro da telinha, sofre junto com eles...Enfim...É o seu HOSPICIO VIRTUAL! Tem um monte de LOUCO igual a você!!!!!!!

8º) PRECONCEITUOSA: Isso sem contar que você, além de louca, passa a ser um pouco, digamos, preconceituosa. O mundo pra você agora se subdivide em 2 categorias: OS QUE TÊM FILHOS e OS QUE NÃO TEM FILHOS. Se você descobre que o (a) pediatra do seu filho não tem filhos por ex... Hummmmmmmm é quase uma ofensa pessoal. Pq você já parte do principio (do pre-conceito) de que essa pessoa NUNCA, JAMAIS vai te compreender, pq afinal, só quem tem filhos pode te entender. Você de repente passa até a “excluir" aqueles velhos amigos que não tem filho. Primeiro que você não tá a fim de falar sobre outro assunto e segundo pq eles mesmos passam a te achar uma chata neurótica. Bom...Se aquela amiga sem filhos, afetuosamente, tentar cair na “maior roubada" de querer te dar um conselho você vira até uma pessoa grossa responde na lata: você fala isso pq não tem filhos...Qdo você tiver a gente conversa ok? Aceitar conselho de quem não tenha filhos: impensável!!!!

9º) CHORONA: Bom...Se você já era chorona...Agora você é histérica! Começa na gravidez...Quando, se alguém (em especial o marido) levanta um pouco a voz pra você, você fica suuuuuuuuuuper hiiiiper magoada e cai no pranto. O pranto agora faz parte da sua vida. Vc não pode ver nada, nenhuma noticia relacionada a alguma desgraça com filho que você chora. Aliás, você começa a ficar um pouco alienada por conta disso. Filme com desgraça de filho? Nem pensar! Você não tem mais capacidade de assistir. Noticia no jornal? Idem! E se por acaso você, burramente, cair na asneira de ler algo do tipo você se odeia em seguida, se arrepende mortalmente e se pergunta: pq cargas d, água eu fui ler essa porcaria?!!!! Você agora chora vendo “NEMO”. Nossa... Aquilo é tão emocionante rs. Alias, sobre filmes, na sua infância você chorou horrores vendo Bambi rs, especialmente qdo a mãe do Bambi morre.Portanto, agora você pode ter a DUVIDA EXISTENCIAL DO BAMBI, ou seja, você tem sérias duvidas quanto a deixar ou não seu filho ver BAMBI. Será q vai ser forte pra ele? Será q ele vai pensar q vou morrer?

Agora eu pergunto: Seria patológico se não fossemos mães ou não rsrsrsrs?!!! Mas....Mãe pode tudooooooooooo!!! Em favor dos filhos rs!

01 fevereiro, 2007

Do peito à comida caseira: saúde a vida inteira

Introduzindo Novos Alimentos enquanto a Amamentação é Continuada

Uma cuidadosa transição
Para um melhor começo na vida, a Organização Mundial de Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas pela Infância (UNICEF) e agências de saúde por todo mundo recomendam que as mães amamentem seus bebês exclusivamente nos primeiros seis meses de idade e que continuem amamentando enquanto introduzem outros alimentos e bebidas, até os dois anos ou mais, conforme a mãe e o bebê desejem.

O tema deste ano da Semana Mundial da Amamentação é sobre a continuação da amamentação, depois dos seis meses de vida, e a introdução de outros alimentos. Esses alimentos devem ser nutritivos, com a consistência certa e oferecidos de maneira apropriada. Consideramos que o modo como a transição da amamentação exclusiva para a amamentação continuada, e complementada com a alimentação com toda a família, é realizada como uma forma de cuidado e amor.

Alimentação complementar utilizando a comida caseira

Para uma nutrição adequada, bebês, aos seis meses de vida, precisam de outros alimentos, além do leite materno. O termo utilizado para a introdução de novos alimentos e bebidas somado à amamentação é “Alimentação Complementar”. As comidas devem ser “complementos” – fazer completo/tornar completo – da energia e nutrientes vindos do leite materno.

O tema “Amamentação e Comida Caseira” foi escolhido porque na maioria dos lares ao redor do mundo bebês maiores (06-12 meses) e crianças pequenas são alimentadas com a mesma comida de suas famílias.

Isto não significa deduzir que aos seis meses os bebês podem mudar diretamente da amamentação exclusiva para comer exatamente as mesmas refeições do resto da família. Bebês maiores e crianças pequenas precisam receber os alimentos mais nutritivos da alimentação familiar, apropriadamente preparadas (amassadas, cortadas, amaciadas) para desenvolverem suas habilidades para comer.

Começar a comer outros alimentos marca uma nova fase no desenvolvimento social, emocional e comportamental de bebês amamentados, particularmente quando outras pessoas, além de suas mães, se envolvem no processo da alimentação. Complementarmente a alimentação pode potencializar oportunidades de desenvolvimento da comunicação, coordenação e habilidades motoras podendo também se constituir como a origem das escolhas por determinados alimentos que persistem mesmo além da infância. Quando levada com amor, cuidado e paciência, o início da alimentação com outras comidas pode se constituir como um tempo de extensão e fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê trazido pela amamentação e não seu fim.

Amamentação Continuada
A amamentação continua sendo importante para a nutrição e desenvolvimento da criança depois dos seis meses de vida. Bebês amamentados entre 06 e 08 meses obtém, em média, cerca de 70% de sua energia vinda do leite materno, este índice cai para cerca de 55% entre os 09 e 11 meses e para 40% entre 12 e 23 meses. O leite materno é também a maior fonte de proteínas, vitaminas, minerais, aminoácidos essenciais e fatores de proteção. Este fato propicia mais calorias e nutrientes por ml do que a maioria dos outros alimentos e muito mais do que cereais, farinhas de arroz ou papinhas de vegetais que são tipicamente os primeiros alimentos dados a bebês maiores. Se os estômagos dos bebês estiverem preenchidos com alimentos nutricionalmente pobres, eles receberão menos leite materno e suas dietas e saúde ficarão prejudicadas. A contribuição do leite materno é freqüentemente negligenciada em relação ao início da alimentação complementar. Dessa forma, torna-se um desafio oferecer outros alimentos para uma adição nutricional aos benefícios do leite materno, sem substituí-lo.
Entre os 06 e 24 meses, crianças crescem rapidamente e precisam de mais energia, vitaminas e minerais, porém seus estômagos são relativamente pequenos (30ml/kg peso do corpo – sobre o tamanho de um copo). Neste período as crianças precisam de alimentos altamente nutritivos que propiciem muitos nutrientes em pouca quantidade de alimento (alimentos ricos em nutrientes).
ALIMENTANDO COM SENSIBILIDADE. De acordo com as necessidades da criança

Quando bebês amamentados começam a comer outros alimentos, é necessário que um novo tipo de resposta às necessidades e sinais das crianças seja estabelecido por suas mães ou pessoas que cuidem delas. A consistência e a textura dos alimentos, como eles são oferecidos e as quantidades precisam mudar conforme as crianças crescem e aprendem como lidar com a comida em suas bocas, mastigam, a seguram, seguram uma colher e conforme conseguem se alimentar com as próprias mãos.

O que é apropriado aos seis meses não é o mesmo aos 12 ou aos 18 meses. A alimentação de acordo com as necessidades das crianças refere-se a uma alimentação receptiva e envolve cuidados na ajuda e no encorajamento para as crianças comerem (sem forçá-las), alimentando devagar e pacientemente, experimentando oferecer diferentes comidas e minimizando distrações. Desta forma, a alimentação se tornará um tempo de aprendizagem e amor. Alimentação complementar e amamentação continuada fazem parte de uma cuidadosa transição da amamentação exclusiva para a alimentação da família.

COMO INTRODUZIR OUTROS ALIMENTOS ENQUANTO A AMAMENTAÇÃO É CONTINUADA.
06-08 meses: explorando a comida e começando a comer

A princípio o objetivo maior é encorajar os bebês, que são amamentados, a experimentar ter alimentos em suas bocas. O desenvolvimento do processo da alimentação varia de um bebê para o outro. Alguns bebês demonstram maior entusiasmo para comer outras comidas aos seis meses do que outros. Além disso, não é motivo para preocupação se em alguns dias eles cuspirem a comida ou pareçam brincar com ela enquanto a consomem, afinal a maior parte da sua nutrição é proveniente do leite materno. Se as crianças recusarem alimentos, elas precisam ser encorajadas para tentar experimentar outros tipos de comidas, gostos e texturas. A amamentação sob livre demanda pode propiciar quase toda energia que bebês entre 06 e 08 meses precisam, então se eles mostram pouco interesse em comer, mas estão sendo amamentados freqüentemente, não há razão para ficar muito preocupado. A partir dos seis meses, os dois nutrientes que os bebês precisam em maior quantidade do que proveniente apenas do leite materno são o ferro e o zinco, então a prioridade deve ser oferecer carne vermelha, suplementos ou comidas enriquecidas apropriadamente.

De início, bebês necessitam de comidas mais pastosas e macias que não requerem muita mastigação como purês grossos de carne, peixe, ovos, legumes, vegetais. Alguns bebês também ficam felizes com pedaços de comidas macias como talos de verduras cozidas que eles podem segurar e sugar ou morder usando suas gengivas. Crianças amamentadas são expostas aos sabores e gostos através do leite de suas mães. Estudos sugerem que elas estão mais propensas a aceitar comidas que tenham o mesmo sabor dos alimentos ingeridos por suas mães.

Gradualmente a quantidade e a variedade de alimentos oferecidos podem ser incrementadas, aumentando a oferta de refeições para duas ou três vezes por dia. Nesta idade não existe vantagem em oferecer outros alimentos numa freqüência maior que esta, pois tal atitude pode substituir a ingestão de leite materno diminuindo, assim, o consumo total de alimento dos bebês.
09-11 meses. Comendo Mais

Bebês maiores costumam comer mais, o número de refeições oferecidas pode aumentar para três ou quatro por dia, com um ou dois lanches, se necessário. A amamentação em livre demanda deve continuar, mas é importante estabelecer um padrão regular de horários para as refeições. Novos alimentos devem continuar a ser introduzidos para ampliar a variedade na dieta e de nutrientes consumidos.

12-24 meses: Adaptando-se ao padrão alimentar da família

Em torno dos 12 meses de vida a maioria das crianças está fisicamente apta para comer os alimentos com consistência similar aos alimentos consumidos pela família. É importante que elas tenham suas próprias porções/pratos, pois elas comem tão rápido quanto os membros mais velhos da família. Além disso, alguns alimentos ainda precisarão ser cortados em pequenos pedaços ou amassados.

31 janeiro, 2007

A CRIANÇA BOA E A CRIANÇA MÁ
livro "Besame mucho" de Carlos Gonzalez

Tomámos este título de empréstimo do conto de Mark Twain, não para, como ele, falar de crianças concretas, mas antes para falar de todas as crianças em geral. As crianças são boas ou más? O leitor deverá pensar que existe todo o tipo de crianças. Cada criança é única e, provavelmente, a maioria tende a ser boa, assim como os adultos.
Todavia, e deixando de lado os méritos próprios de cada criança, muitas pessoas (pais, psicólogos, professores, pediatras e o público em geral) têm uma opinião predeterminada e geral sobre a bondade e a maldade das crianças. São «anjos» ou «pequenos tiranos»; choram porque sofrem ou porque troçam de nós;são criaturas inocentes ou «têm a escola toda»; têm necessidade de nós ou manipulam-nos.
Deste conceito prévio depende se vemos os nossos próprios filhos como amigos ou inimigos. Para algumas pessoas, as crianças são ternas, frágeis, desprotegidas, carinhosas, inocentes e necessitam da nossa atenção e dos nossos cuidados para se converterem em adultos agradáveis. Para outros, as crianças são egoístas, más,hostis, cruéis, calculistas, manipuladoras e só se lhes dobrarmos a vontade logo de início e lhes impusermos uma disciplina rígida as poderemos afastar do vício e convertê-Ias em adultos capazes.
Estas duas visões antagónicas da infância impregnam há séculos a nossa cultura. Surgem em conselhos de familiares e de vizinhos e também nas obras de pediatras, educadores e filósofos. Os pais jovens e inexperientes, público habitual dos livros de puericultura (com o segundo filho, é possível que tenham menosfé nos especialistas e menos tempo para ler), podem encontrar obras que defendem as duas tendências: livros sobre como tratar as crianças com carinho e sobre como as reprimir.
Os últimos, infelizmente, são muito mais abundantes e foi por isso que me decidi a escrever este, um livro em defesa das crianças.
A orientação de um livro, ou de um profissional, raramente é explícita. Nas badanas do livro deveria dizer claramente: «Este livro baseia-se na convicção de que as crianças necessitam de atenção.» Ou então: «Neste livro assumimos que as crianças troçam de nós à mais pequena oportunidade.»
É isto também que os pediatrase psicólogos deveriam explicar logo na primeira consulta. As pessoas estariam assim conscientes das diferentes orientações e poderiam comprar e escolher o livro e o profissional que melhor se adaptasse às suas próprias convicções. Consultar um pediatra sem saber se ele é partidário do carinho ou da disciplina é tão absurdo como consultar um religioso sem saber se é católico ou budista, ou ler um livro de economia sem saber se o autor é capitalista ou comunista.

21 janeiro, 2007

Acho que somos LOUCAS sim
by Cristiane Viana - Orkut - Comunidade Pediatria Radical

- Trocar a casinha da mamãe para terminar de "criar" o marido (tanta coisa que ensinamos para eles que a sogra não ensinou) e ainda assumir a responsabilidade de uma casa;

- Trocar as noites acordadas em festas, reuniões com amigos com um som legal, por noites em claro com choradeira e mamadas;

- Trocar um visual legal por aquele mundo das batas e calças largas;

- Trocar um soninho tranquilo, acordar tarde nos finais de semana, por preocupações sem fim e daqui a alguns anos (ficar acordada as noites dos finais de semana esperando o filho chegar);

- Acho que somos adoráveis LOUCAS, pois renunciamos a muuuita coisa que o marido não tem sequer noção.

Só nós sabemos o que deixamos para traz quando escolhemos com tanto AMOR a maternidade e toda a LOUCURA que ela traz.

02 janeiro, 2007

DESENVOLVIMENTO MENSAL
Mês 1
Habilidades principais (todos podem fazer): Levanta a cabeça, responde a sons e reconhece rostos a uma distância de 20 a 40 cm.
Habilidades emergentes (a metade pode fazer): Segue objetos e emite sons do fundo da garganta.
Habilidades avançadas (alguns podem fazer): Sorri e mantém a cabeça erguida a 45 graus de inclinação.

Mês 2
Habilidades principais: Segue objetos, emite sons, chora ao pedir comida à mãe e mantém a cabeça erguida por períodos breves.
Habilidades emergentes: dá sorrisos, ri, mantém a cabeça erguida a 45 graus de inclinação e faz movimentos mais suaves.
Habilidades avançadas: Mantém a cabeça firme e suporta peso nas pernas.

Mês 3
Habilidades principais: Ri, mantém a cabeça firme, reconhece cada membro da família e sabe de onde vêm os sons.
Habilidades emergentes: Reconhece a voz da mãe, tenta levantar o tórax com a cabeça, tem senso de defesa e reclama de algo que o incomode.
Habilidades avançadas: Vira-se na direção de sons altos, pega objetos próximos e pequenos, se diverte com brinquedos.

Mês 4
Habilidades principais: Mantém a cabeça firme, suporta peso nas pernas, ri alto, bate palmas.
Habilidades emergentes: Pode segurar um brinquedo, pega objetos mais longe e pode se arrastar pelo chão.
Habilidades avançadas: Imita sons, pode estar pronto para alimentos sólidos (aparecem os primeiros dentinhos).

Mês: 5
Habilidades principais: Diverte-se brincando com as mãos e os pés, aponta, quer pegar tudo, diferencia as cores, se arrasta pelo chão.
Habilidades emergentes: Vira-se buscando novos sons, reconhece o próprio nome e pode estar pronto para alimentos sólidos.
Habilidades avançadas: Pode se sentar momentaneamente sem ajuda e morde objetos.

Mês 6
Habilidades principais: Vira-se na direção de sons, imita sons e gira no chão de ambos os lados.
Habilidades emergentes: Senta sem ajuda, está pronto para alimentos sólidos e, se perde um objeto, quer recuperá-lo.
Habilidades avançadas: Começa a engatinhar e tenta combinar sílabas.

Mês 7
Habilidades principais: Senta sem ajuda e imita sons de palavras.
Habilidades emergentes: Começa a engatinhar e a tentar combinar sílabas.
Habilidades avançadas: Fica de pé apoiado em algum objeto, acena em despedida e bate objetos uns contra os outros.

Mês 8
Habilidades principais: Diz "papa" e "mama", começa a engatinhar e passa objetos de uma mão para a outra.
Habilidades emergentes: Fica de pé apoiado em algo, engatinha bem e aponta para os objetos.
Habilidades avançadas: Levanta-se, indica com gestos o que quer.

Mês 9
Habilidades principais: Fica de pé apoiado em algo, começa a falar.
Habilidade emergente: Bate objetos uns contra os outros.
Habilidade avançada: Diz "papa" e "mama" corretamente para ambos os pais.

Mês 10
Habilidades principais: Acena em despedida, engatinha bem e começa a conhecer as imediações.
Habilidades emergentes: Diz "papa"e "mama" corretamente para ambos os pais, responde à mãe, entende o significado da palavra não e indica com gestos que quer algo.
Habilidades avançadas: Bebe em copos, fica de pé por períodos curtos e coloca objetos dentro de vasilhas.

Mês 11
Habilidade principal: Fica de pé por períodos curtos.
Habilidades emergentes: Coloca objetos dentro de vasilhas e entende instruções simples.
Habilidades avançadas: Rabisca com lápis de cera, anda bem e diz algumas palavras.

Mês 12
Habilidades principais: Imita gestos, murmura sons próximos de palavras e indica com um gesto quando quer algo.
Habilidades emergentes: Diz uma palavra antes de "papa" e "mama", dá alguns passos, entende e responde instruções simples.
Habilidades avançadas: Anda bem e diz duas palavras antes de "papa" e "mama".

Mês 13
Habilidades principais: Diz duas palavras de forma lógica, curva-se para pegar objetos e se levanta sozinho.
Habilidades emergentes: Diverte-se ao olhar fixamente seu reflexo e bebe em copos.
Habilidades avançadas: Faz-se entender por uma combinação de gestos e palavras, tenta levantar objetos pesados e é capaz de rolar uma bola para a frente e para trás.

Mês 14
Habilidades principais: Esvazia potes com objetos e imita os outros.
Habilidades emergentes: Caminha bem, brinca com jogos e aponta para partes do corpo quando perguntado.
Habilidades avançadas: Usa grafo e colher, escala para atingir objetos que estão no alto e empurra ou puxa brinquedos quando está andando.

Mês 15
Habilidades principais: Brinca com bola, seu vocabulário aumenta para cinco palavras e anda para trás.
Habilidades emergentes: Pode desenhar uma linha, corre bem e o não é sua palavra preferida.
Habilidade avançada: Sobe escadas.

Mês 16
Habilidades principais: Tem acessos de raiva quando fica frustrado, se apega a algum objeto especial (bichinho de pelúcia, travesseiro etc) e descobre o prazer de escalar.
Habilidade emergente: Aprende a forma correta de usar objetos como o telefone.
Habilidades avançadas: Se despe de uma peça de roupa e fica dengoso com comida.
A famosa manha
Raquel de Andrade Dantas Figueirôa

Sinceramente, "manha" não existe. Pelo menos durante os 2 primeiros anos de vida. Pelo menos não essa "manha" que as pessoas usam como álibi para se isentar de acudir o bebê que permanece chorando, pau da vida. Desculpe-me se, porventura, minha opinião difere da sua, mas, por amor, vamos pensar juntas...
Convenhamos, um bebê de meses não tem capacidade de fazer essa tal "manha"! Se ele chora é porque algo vai mal, e o choro é a única forma de comunicação que ele tem.
Imagine-se num país estranho, cujo idioma você não fala uma palavra. Aí você tenta se comunicar usando um pouco de mímica ou outro artifício qualquer e... Ninguém faz a menor força para tentar entendê-la. Puxa, isso é indignante! É o maior egoísmo e falta de solidariedade.
O bebê não sabe falar. O choro é a única linguagem que ele conhece. Ele só pode apelar para ela. Cabe aos adultos tentar entender o que se passa e acudir o pequeno.
Bom, se o neném está chorando, você faz o "check-list" dos possíveis motivos:
está com fome? Não, mamou há pouco; está com a fralda molhada ou suja? Não, já troquei; está com frio ou calor? Não; a roupa está incomodando? Não, está uma beleza de confortável; está com cólica? Não, não é choro de cólica; está com alguma dor? Não aparentemente;
Aí vem alguém e diz:
Ah, então é "manha"... Deixa chorar pra aprender...
Bom, aí o neném põe a boca no mundo, berra à beça, se esvai em lágrimas, e ninguém faz nada... Todos se isentam, pois já verificaram as razões materiais para o choro e se certificaram que nada está errado (não está com fome, não está molhado, não é cólica...).
Nada errado para eles, pois se o bebê está chorando é porque tem algo errado com certeza - mesmo que seja meramente um desconforto passageiro.
Gente sabe-se lá o que um bebê traz em sua mente como sensações e sentimentos? Sabe-se lá que memória ele tem? Você nunca sentiu medo por estar sozinha? Mesmo um medinho passageiro, que você resolveu em segundos através de sua capacidade de raciocínio?
Pois é! Vai ver o bebê está sentindo um medo parecido. Acontece que um jovem bebê não tem a menor capacidade de raciocínio, ele é emoção pura, em estado bruto! Não se pode exigir de um bebê que ele use sua razão - isso é uma coisa que vai acontecer aos poucos, através de muito aprendizado e de muito estímulo.
Esse bebê que está "fazendo manha" pode estar se sentindo inseguro. Pode estar com medo. Pode estar tendo uma sensação ruim, de vazio. Pode estar carente de contato físico - de colo - por alguns momentos. Sei lá... pode estar tendo um monte de sensações que não conseguimos imaginar, e precisa de amparo, de atenção, de segurança, de colo.
É um absurdo essas pessoas que esgotam as explicações materiais e concluem, com a maior cara de pau: "é manha, deixa chorar pra aprender". Gente, isso é a maior desumanidade! É cruel. O bebê fica aterrorizado, indignado, frustrado. Ele vai acabar por se calar sim. Vai cansar e vai calar. Mas até lá, minha amiga, esse bebê vai ter passado maus momentos!
Vai ter tido uma péssima experiência de desamparo e rejeição ("que mundo horrível, ninguém me quer"). Vai ter experimentado uma frustração grande ("sou incapaz, não consigo o que quero"). Vai ter acumulado, em todo o seu corpinho, as tensões deste mau momento (músculos retesados). Vai ter armazenado em seu cérebrozinho - tão puro e sem maldade - um stress totalmente desnecessário. Ele vai guardar esta experiência, pode crer.
Você quer isso pro seu filho? Papai, você quer isso? Coloque-se no lugar do pequeno? Você gostaria de passar por isso?
Agora me diga: o que ele aprendeu de bom com isso? Nada! Ele não precisa aprender as regras da vida desta maneira, pela via da dor. Ele pode aprender pela via do entendimento. Talvez dê mais trabalho, mas é muito melhor para todos.
Se o bebê está fazendo a tal "manha", ampare-o. Dê colo a ele. Ofereça o seio mesmo que ele não esteja com fome. Cante baixinho. Faça carinho. Converse com ele com a voz serena e firme, transmitindo confiança e amor. Não pense que ele não entende. Ele entende sim!! Com certeza! Pode não entender o sentido das palavras, mas seu cérebro percebe as vibrações de sua voz, e é assim que a comunicação se dá.
Boto a minha mão no fogo se esse bebê não se acalmar - mesmo que demore - e não crescer mais confiante e seguro. Uma criança tratada com humanidade vai ser muito mais amiga, obediente... vai ser uma criança mais fácil. Aquela tratada com egoísmo poderá se revoltar, ou então poderá ser uma "santa" mas escondendo que neuroses e que infelicidade em sua alma!
Quando o bebê cresce um pouco e já tem uma certa capacidade de raciocínio, mesmo assim ele não deve ser "abandonado" aos prantos. Nessa hora, ele deve ser reconfortado e devem lhe explicar que não precisa chorar, que está tudo bem, que mamãe e papais voltam, etc. Pode ser que ele continue chorando um pouco, mas ele vai se acalmar rápido - ele vai ter elementos para lidar com a situação, sua mente terá recursos para se tranqüilizar e ter confiança.
As pessoas podem apresentar inúmeros argumentos. O mais compreensível é o da mãe cansada, exausta, que não tem apoio do marido e da família para lidar com o bebê. Mas mesmo assim eu finco pé... Não se pode recusar atendimento a um bebê assim. Um bebê é responsabilidade de todos - não só da mãe!
Em resposta final a todos os argumentos que possam surgir, eu prefiro seguir a orientação de Jesus Cristo. Ele disse: "confortai os que choram". Então, pelo sim pelo não, "manha" ou não "manha", eu fico com Jesus: acudo a criança. Depois a gente vê como é que fica.
Uma última palavra às mães zelosas e amorosas, e aos pais e avós idem: também não vá se culpar se o neném tiver chorado um pouco, se você estiver meio sem paciência, cansada, etc. Isso acontece. Se você, em geral, não nega atenção ao pequeno, tudo bem. Essa reflexão toda é mais para aquelas pessoas que ainda não formaram sua opinião, e para aquelas que acreditam na tal "manha"...

30 dezembro, 2006

Poesia? Não, apenas um desabafo...
by Erika Mayumi

Chata, mandona, mal humorada de manhã,
Sou de lua,
Tem dias que estou bem e feliz
Tem dias que é melhor nem chegar perto

Mas podem contar sempre comigo
Corro sempre atrás dos meus objetivos
Desdobro-me em mil se necessário,
Mesmo me esgotando e indo além das minhas capacidades físicas

Sei que tem dias que sou insuportável
Sei que sou muito incompreendida (por ser tão complicada e exigente)
Sei que sou intolerante e muitas vezes distancio as pessoas
Sei que preciso melhorar muito ainda...

Necessito ficar só para pensar
Planejo tudo em minha vida e me irrito quando vejo que nem tudo se dá pra prever
Decepciono-me quando não tenho o apoio das pessoas que mais amo
Ou quando me faltam e fico insegura

Preciso muito de amor, de carinho...
Um pouco de segurança também, não sou de ferro...
Como às vezes demonstro ser
Sou tão frágil, mas tão frágil que faço de tudo para ser forte.

Agora ainda mais, com minha querida filha,
Tão pequena, tão dependente de mim, que até me assusta,
Mas ao mesmo tempo tão decidida, geniosa e apressada...
Numa urgência de aprender e ser independente!

Ela tem a magia de me fazer sorrir de manhã
Em um instante me de deixar brava e no seguinte
Deixar-me encantada com seu sorriso ou com uma nova conquista
Ou me levar às lágrimas, quando chora...

Só o amor mesmo,
Esse amor imenso que sinto pelo meu querido esposo,
Para dar um fruto tão fantástico e lindo como nossa Aninha,
Nia tre bela bebo” que tanto transformou nossas vidas
Desde cedo, bons hábitos de sono

Nada como uma noite de sono tranqüilo! Desde cedo, os pais sonham que seus filhos durmam bem, de preferência a noite toda, sem despertar. Muitas vezes, pedem conselhos aqui e ali para conseguir este feito, em busca de uma fórmula mágica. Afinal, quando as crianças dormem, os pais podem relaxar e descansar. Mas como fazer para que seu filho durma bem desde pequenininho?

O segredo está em estabelecer uma rotina. A criança precisa entender, desde bem pequena, a diferença entre o dia e a noite, e aprender que a noite foi feita para dormir. Daí a necessidade de uma rotina antes do sono, de horários mais ou menos estabelecidos e atividades que, noite após noite, se repetem, mostrando que a hora de dormir chegou.
A criança precisa comer durante a noite?
É um erro achar que a criança deve ser acordada para comer durante a noite. A única exceção fica por conta do recém-nascido, até mais ou menos o 20º dia de vida, quando seu estômago ainda se esvazia rapidamente. Os intervalos para alimentá-lo, neste caso, deve variar entre 2 a 4 horas, e não mais do que isso.Depois de maiores, as crianças não devem ser acordadas para comer. Se ela está dormindo 5, 6 horas durante a noite, por exemplo, é sinal de que não está incomodada, seja por fome ou por qualquer outro problema.E outro erro é, ao menor sinal de despertar da criança, os pais correrem para "acudi-la". Muitas vezes, qualquer resmungo já é motivo para a mamãe estar ao lado do berço. O ideal é esperar um pouco para ver se a criança volta a dormir. Às vezes, ela simplesmente despertou e, se não for estimulada, voltará a dormir naturalmente.É claro que você não vai deixar o pequeno chorar insistentemente. Se o choro é repetido, é imprescindível checar o problema.

Desde bem pequeno, acostume-o a dormir no próprio quartoÉ fundamental que o bebê passe a dormir no próprio quarto o quanto antes. O ideal é que ele durma com os pais no máximo até o 2º mês de vida, quando as mamadas noturnas ainda interrompem demais o sono de todos.Depois disso, ele deve ir para o próprio quarto, e assim aprender que toda a família deve ter privacidade. Por isso mesmo, é bom que o bebê seja colocado no berço sonolento, mas ainda acordado. Ele vai entender, com isso, que o lugar de adormecer é o berço.
Estabeleça um ritual para o bebê
Crie uma espécie de ritual para a hora de dormir. O horário vai depender muito da rotina e dos hábitos de cada família, mas é bom que seja mais ou menos o mesmo todos os dias.Além disso, dar banho à noitinha é ideal para relaxar e tranqüilizar a criança, preparando-a para a hora do sono. Depois do banho, trocá-la e alimentá-la vai, pouco a pouco, criando o ambiente ideal para que ela adormeça. Massagens e brincadeiras bem leves também podem ser utilizadas.Depois de tudo isso, é só ficar atento ao quarto do bebê, que deve estar calmo e silencioso.Agora, é hora de dormir como um anjo! Boa noite!
Consultoria: Dra. Renata Dejtiar WaksmanMédica pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein, Doutora em Pediatria pela FMUSP, Presidente do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria.

18 dezembro, 2006

Colo vicia?
Uma das grandes dúvidas dos pais, principalmente os de "primeira viagem", é se o colo pode "viciar" o bebê.
No útero, o contato do bebê com o mundo externo está muito limitado pelo corpo da mãe e ele fica protegido de odores e sons que poderiam lhe ser desagradáveis. Além disso, a temperatura é perfeita: ele não sente frio nem calor; ele não sente fome; não tem cólicas...
Mas, de uma hora para outra, ao nascer, o pequeno é bombardeado por uma variedade de cheiros, barulhos, sensações novas e isso deve ser extremamente desagradável, uma vez que ele precisa sentir-se seguro através do que já lhe é familiar.
Bem, vocês acham que após viver nove meses no calor e segurança do útero, envolvido totalmente por um líquido, o bebê vai achar muito normal dormir num berço, que para ele, com certeza, é enorme e onde ele tem contato com novas texturas, onde tudo é novo e muitas vezes assustador?
Acho que seria natural a consciência de que ele precisa de um tempo para se adaptar ao mundo externo, e isso depende de bebê para bebê, pois cada um é uma pessoa única e especial, com suas necessidades e potencialidades específicas. Creio que também não é difícil perceber que ele vai precisar de todo apoio e segurança que os adultos a sua volta podem oferecer.
Embora tenha como principal forma de comunicação o choro, muitas vezes achamos que ele só pode chorar se estiver com fome, molhado, com frio, com calor... Bem, alguém pode alegar que ele é manhoso, ou seja, está chorando para enganar o adulto e ganhar um "colinho". Não existe bebê manhoso! O bebê ainda não tem a capacidade de mentir e enganar que nós adultos temos. Assim que o bebê se sente em uma situação de angústia, ele usa o único idioma que conhece: o choro. Então, se ele está chorando, é sinal de que alguma coisa não vai bem. Isso não quer dizer apenas na parte fisiológica, como fome ou frio, mas talvez ele tenha ouvido um som ameaçador, como o bater de uma porta, que você, por estar acostumada, nem ouviu. Pode ser ainda que ele sinta saudades da sensação de segurança que o útero lhe proporcionava, e esteja sentindo um pouco de solidão.
Qual a solução?? Colo nele!! Envolva-o nos braços, fale palavras bonitas ao seu ouvido, cante uma canção, explique que tudo está bem, que você está presente e que se importa com ele. Ele vai adorar e retribuir, creia nisso.
O bebê é um excelente ouvinte e adora uma boa conversa. Bastam algumas palavras de amor e apreço para que esse ser tão especial aceite-nos como amigos e confie em nosso acolhimento.
Pense no bebê como alguém que acabou de chegar de uma viagem muito desgastante, que está confuso e preocupado em saber se vai conseguir se adaptar, encontrar amigos, ser aceito. O colo seria para o bebê como uma afirmação de que ele pode contar com aquela pessoa. O colo é uma declaração de amor e amizade. É como chegar para um amigo adulto e dizer: "pode contar comigo quanto precisar. Eu estou aqui."
Se você não precisa saber que pode contar com as pessoas que ama, o bebê também não precisa de colo. Se ter bons amigos pode se tornar um vício, o colo também pode.
Saltos de desenvolvimento
Autores: Hetty van de Rijt en Frans Plooij


O que o livro diz é que no período imediatamente antecedendo os saltos o bebe de repente se sente perdido no mundo, pois seu sistema perceptivo e cognitivo mudou (segundo os autores, tudo isso pode ser observado neurologicamente), mas ele ainda não se acostumou, então o mundo parece muito estranho...
O que acaba acontecendo é que ele quer voltar a base, ao que é conhecido, ou seja, MAMAE. Então nessas fases eles ficam mais carentes, precisando de colo, e com freqüência também comem e dormem pior. E segundo os autores, depois de algumas semanas essa fase difícil passa e tudo volta a normalidade.
Existe uma certa variação entre bebes, mas a cronologia observada (experimentalmente) pelos autores dos períodos de crise é:

-5 semanas / 1 mês
-8 semanas /quase 2 meses
-12 semanas /quase 3 meses
-19 semanas /4 meses e meio
- 26 semanas /6 meses
- 30 semanas /7 meses
- 37 semanas / 8 meses e meio
-46 semanas / quase 11 meses
- 55 semanas / quase 13 meses
-64 semanas / quase 15 meses
- 75 semanas / 17 meses
Ainda segundo os autores, depois de uma crise o bebe ‘de repente’ começa a fazer coisas que não fazia antes, dá um salto de desenvolvimento mesmo, e também fica mais feliz. Então durante as crises é só ter um pouco de paciência, logo passa...
Angústias do crescimento
Por Dr. Leonardo Posternak*
Certamente seu filho vai passar por isso. Desde o nascimento até completar um ano de idade seu bebê terá algumas crises motivadas pelo próprio desenvolvimento. Não se assuste. É normal!!!!
A vida do ser humano é caracterizada por várias crises que se manifestam ao longo dos anos. Apesar de muitas vezes serem dolorosas e conturbadas, são necessárias ao nosso crescimento e servem como aprendizado. A criança, como o adulto, também passa por conflitos desde os primeiros instantes de vida.
As chamadas crises evolutivas previsíveis acontecem com todas as crianças em qualquer parte do mundo. São momentos críticos, transitórios e datados. Em geral, duram duas semanas e são caracterizadas por mudanças de comportamento. Nesses períodos, os pequeninos choram mais, têm dificuldades para dormir, querem a companhia da mãe o tempo todo, gemem, mamam mais que o normal, enfim, alteram seus hábitos.
A primeira crise não é propriamente da criança, mas sim da família. Durante a gestação a rotina dos pais muda, a ansiedade aflora no seio da casa em virtude do novo ser que está prestes a nascer. A falta de estrutura e experiência pode refletir no bebê que está dentro do útero e sente tudo o que acontece com a mãe.
Aos três meses de vida, o bebê passa pela crise de adaptação com o meio externo. Nesse período diminui o envolvimento íntimo (simbiose) da mãe com o filho. O bebê descobre que ele e a mãe são duas figuras distintas, que não formam um único ser. Até então, ele só conhecia o bico do seio da mãe. Agora, descobre todo o conjunto: bico, mamilo, peito, braço, pescoço, cabeça, enfim, a mãe inteira, além de todo o universo em que ele mesmo está inserido.Um estranho no ninho.
Com mais ou menos cinco meses, a criança percebe a figura paterna. É mais um momento de crise, pois descobre que tem que dividir a mãe com outra pessoa, o pai.
Dois ou três meses depois, quando os dentes começam a nascer, o bebê morde tudo o que põe na boca, inclusive a mãe (lamentavelmente) no momento da amamentação. A mordida machuca e a mãe reclama. Na cabeça do pequeno, isso ainda não é muito claro e gera uma confusão. Ele pensa: estou ferindo a pessoa mais importante da minha vida!
Entre os sete e nove meses ocorre um período de transição. A criança torna-se realmente um indivíduo. Surge então, a angústia da separação. Ela tem medo de ficar distante da mãe. É a quarta crise.
Próximo de completar o primeiro aniversário, seu filho sofre a crise da independência. Nessa época, começa a dar os primeiros passos. Ele anda um pouquinho e volta para junto dos pais. O processo é repetido inúmeras vezes até que, finalmente, passa a caminhar sozinho. É uma mistura de ambivalência, medo e orgulho.
Não se assuste. Seu filho vai passar por todas essas crises que são momentos importantes, necessários e que impulsionam o crescimento. Nessas fases a criança tende a regredir, a "grudar" na mãe. Para diminuir a angústia e o sofrimento - principalmente à noite, quando a criança apresenta dificuldade para dormir ou acorda a noite inteira - vá até o berço, faça cafuné, fique um pouco com ela.
Conhecer as crises é muito importante. Pela falta de experiência, alguns pais tendem a confundir o choro do bebê com dor de barriga ou de ouvido. Observe. Se a criança chora mas não leva a mão ao local dolorido, é provável que esteja passando por uma das situações descritas. Não medique seu filho sem antes consultar o pediatra. Se realmente for uma crise, o melhor remédio é o carinho e a sua presença.

17 dezembro, 2006

MÃES MÁS
Dr. Carlos Hecktheuer - Médico Psiquiatra.

Um dia quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes:

- Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
- Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
- Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar".
- Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
- Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
- Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
-Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até o diaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também! E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer: "Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...".

- As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas.
- As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela nos obrigava a jantar a mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão. Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e "fuçava" nos nossos e-mails). Era quase uma prisão.
- Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe dissemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela "violava as leis do trabalho infantil". Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruéis.
- Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer. Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade.
- E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos, tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer.
- Enquanto todos podiam voltar tarde à noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).
- Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência: Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.

FOI TUDO POR CAUSA DELA.

Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "PAIS MAUS", como minha mãe foi.

EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS.