22 novembro, 2007

Relato de amamentação prolongada e desmame natural
Como foi o desmame natural do Lucas K. Mortensen JLucas mamou por 3 anos e 9 meses. UAU, algumas pessoas diriam né? Ao contrário dessa impressão de que pareceu tanto tempo, para nós nem parece tanto tempo, foi tudo tão natural, prazeiroso e importante em nossa família enquanto durou.Nosso início foi difícil, angustiante, mas recebemos muito apoio e orientações ótimas que possibilitou que eu pudesse amamentar. Resumidamente, como passei por uma mamoplastia anos atrás, não sabia se poderia amamentar ou não e desde a gravidez essa angústia me acompanhava. Ao nascimento de Lucas, consultoras de amamentação da “La Leche League” (www.llli.org) me orientaram a usar a técnica de relactação com uso de sonda para oferecer um pouco de leite artificial para Lucas, sem perder o estímulo poderoso do bebê sugando no peito e sem usar mamadeira. Ao mesmo tempo também comecei a extrair LM com auxílio de bomba elétrica 2-3 vezes ao dia, todos os dias.Depois de alguns dias usando esse sistema de relactação fui capaz de continuar amamentando normalmente, quase 7 meses exclusivamente de LM (tirando esses dias iniciais), e gradualmente papinhas foram oferecidas. Mas continuou mamando em livre demanda.Com 10 meses começou a ir para escolinha, 2 dias por semana, e eu mandava LM extraído e ele tomava lá no copinho. Sempre tiveram muito cuidado, boa vontade e disposição das professoras com esse LM. E continuavamos em livre demanda em casa. Ainda me lembro que nessa época fiquei bem doente, uma infecção estomacal que me fez perder peso de repente. E meu leite praticamente secou de um dia outro! Mas Lucas continuou interessado e mamava mesmo no peito “seco”. Isso mostra que obviamente amamentação é muito mais que nutrição, é afeto, carinho. Fiquei muito triste achando que esse seria o final de nossa amamentação, mas quando me recuperei o leite voltou a jorrar!!!
Com 14 meses voltei a trabalhar período integral e então ele começou a frequentar a escolinha todos os dias. Eu ainda ia todos os dias na hora de almoço amamentá-lo lá (as portas sempre foram abertas para pais e mães em qualquer horário do dia e amamentar os bebês também sempre foi prática muito bem-vinda lá!). No início desse período de escolinha tempo integral ele me recebia bem e mamava com vontade, mas depois de algum tempo as brincadeiras, amiguinhos e novidades na escola foram parecendo mais interessantes à ele do que mamar... e assim foi perdendo o interesse e recusando essa mamada. Ainda insisti alguns dias visitando a escola nesse horário para ter certeza que ele não queria mesmo mais mamar nessa hora do almoço, e um belo dia tive certeza que ele definitivamente não estava mais interessado. E assim voltei ao trabalho, com sentimentos confusos, de alegria (porque meu menino estava crescendo e mostrando outros interesses!) ao mesmo um pouco de tristeza pelo desinteresse. Mas essa tristeza não durou muito não, porque ainda tínhamos várias chances de amamentar, pela manhã, antes de dormir, e nos finais de semana. Mesmo amamentando em livre demanda nos finais de semana, sentia os peitos um pouco mais cheios nas segundas feiras, mas nada que causasse incômodo grande.
E assim fomos seguindo nossa vidinha e outros interesses foram tomando conta da nossa relação, outras formas de demonstração de carinho e amor, e gradualmente, sem forçar nada, ele foi deixando de mamar: as mamadas ao acordar foram as primeiras a desaparecerem, já que ele estava muito “ocupado” e queria brincar! Ainda ficaram algumas mamadas em horas de angústia, dor, e principalmente quando estava doentinho, o que com certeza foi ótimo, sempre digo que uma das maiores vantagens da amamentação prolongada é garantir a nutrição e hidratação da criança durante doenças. Por último sumiram as mamadas antes de dormir, creio eu que eram parte do ritual de sono e por isso demoraram mais para que esse interesse fosse perdido. Papai foi sempre participativo na vida dele e sempre nos apoiava muito nessa decisão do desmame gradual e natural! Ele e Lucas são muito apegados!Bem, chegamos à uma fase onde ele estava pedindo para mamar uma vez a cada 2-3 dias somente. Sabia que o desmame total estava perto!Um belo dia fiz um teste de gravidez, e: que alegria, positivo!! Na hora falei para Lucas que tinha um irmãozinho/a na barriga, ele não deu muito bola não (agora dá mais ahah) e seguimos a vida. Ainda pediu para mamar algumas vezes depois desse dia, até que certo dia eu, me sentindo um pouco triste, ofereci à ele. Ele veio para perto de mim, deu beijo no meu peito por cima da roupa e disse: não quero mais não, mamãe, obrigado!! E então seguimos nossa vida, felizes, sinto-me muito realizada por ele ter guiado todo esse processo, e fico feliz porque em breve estarei amamentado outro baby. E claro se Lucas quiser compartilhar, será bem vindo também!! Beijos a todosAndréia, Ole, Lucas e baby

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